Quando abordamos o tema sustentabilidade, muitas ações nos vem a mente: a necessidade de adotar novas atitudes em um mundo onde é cada vez perceptível a escassez de seus recursos naturais, e a preocupante cultura do consumismo. Conceitos que revelam a necessidade de revermos nosso comportamento e adotarmos um modelo de vida consciente não se restringem apenas ao ambiente familiar ou espaços destinados a educação formal como escolas ou centros educacionais; mas como podemos ampliar seu campo de discussão ou potencializar tais discussões a ponto de transformar hábitos de uma geração?
Este é o início de um debate que merece espaço especial em diversas esferas, sendo a escola um importante campo de exploração. É a partir desta que milhares de crianças, jovens e adultos recebem formações nos mais variados níveis e que traz ao profissional da educação a oportunidade de influenciar, de forma positiva, o comportamento do estudante e até mesmo, encorajar uma nova geração a repensar hábitos condenáveis encontrados na sociedade contemporânea.
Foi pensando em capacitar profissionais da educação e universitários em cursos de licenciatura que o curso de extensão Educação Ambiental para Sustentabilidade, parte do Projeto Escolas Sustentáveis em parceria com a Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), ganhou corpo e apresentou a importância da prática sustentável em nosso dia a dia e sua aplicabilidade em sala de aula.
Ministrado pelo pesquisador Everton Viesba Garcia e sua equipe, o curso reunia informações geradas por meio de infográficos, vídeos de sensibilização disponíveis em Salas Verdes no estado de São Paulo, artigos acadêmicos e documentos publicados em revistas e encontros voltados ao meio ambiente, objetivando o desenvolvimento de projetos que possibilitam a implementação de práticas sustentáveis por organizações, empresas e escolas da rede pública e privada, e que podem ser trabalhados em conjunto não apenas com órgãos governamentais, mas que compreendem sua comunidade de entorno, pais e responsáveis e comunidade acadêmica.
Entre gincanas, salas temáticas, atividades de reciclagem e a prática do turismo, é possível remodelar o conteúdo programático para que o mesmo compreenda tais temas e garantam o uso adequado de recursos naturais, apresentando ao estudante sua utilização no ciclo de vida de diversos produtos atualmente comercializados.
Uma das mais interessantes experiências que o curso de extensão proporcionou aos estudantes foi a visita de campo a um dos espaços verdes mais relevantes da cidade de Diadema, na região do Grande Abc Paulista: O Jardim Botânico da cidade, um resquício de Mata Atlântica de 26 mil metros quadrados que reúne exemplares da fauna e flora característicos deste rico bioma. A Secretaria do Meio Ambiente é responsável pela gestão do Jardim Botânico de Diadema, e lá é possível fazer trilhas, aprender sobre trato de arvores e plantas medicinais. O Borboletário, apesar de sofrer com a alteração climática, reúne lindas espécies de borboletas e lagartas e aproxima o visitante a belos exemplares da classe Lepidóptera.
Que estas e outras atitudes e praticas sejam cada vez mais disseminadas, desencadeando assim novas atitudes e posicionamentos, tanto por quem se esforça em transmitir conhecimento a estudantes dos mais variados níveis como estudantes que querem fazer a diferença em um mundo onde não há mais espaço para desperdícios e consumismos.
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*Sala Verde é um espaço definido, vinculado a uma instituição pública ou privada, que poderá se dedicar a projetos, ações e programas educacionais voltados à questão ambiental. Deve cumprir um papel dinamizador, numa perspectiva articuladora e integradora, viabilizando iniciativas que propiciem uma efetiva participação dos diversos segmentos da sociedade na gestão ambiental, seguindo uma pauta de atuação permeada por ações educacionais, que caminhem em direção à sustentabilidade.